Gestão anterior deixou mais de 4 milhões em dívidas, além de recolhimentos dos servidores não repassados e móveis, equipamentos e veículos sucateados.

Por: Assessoria de comunicação / Foto: Glaucio Cezar

Durante Sessão Solene de abertura dos trabalhos legislativos da Câmara Municipal de Bonito, realizada na manhã desta quinta-feira (2), o prefeito Odilson Soares proferiu discurso no qual destacou as condições em que foi encontrada a Prefeitura Municipal.

Confira trechos do pronunciamento:

“Quero falar aqui hoje, principalmente, sobre a preocupante situação patrimonial e financeira encontrada na Prefeitura Municipal de Bonito, deixada pelo ex-prefeito e pelo seu ex-vice-prefeito.

Eu teria imensa satisfação em dizer que a casa foi deixada em ordem. Estaria reconhecendo méritos, se méritos houvesse. Mas, infelizmente, isso está muito longe de ser realidade!

O que encontramos – e ainda estamos levantando em todos os seus detalhes – foi um quadro caótico e irresponsável, tanto no que diz respeito às finanças do município quanto ao seu patrimônio, alcançando, lastimavelmente, todos os setores da administração.

Nesse cenário repleto de irregularidades começamos por registrar a existência de uma dívida superior a 4 (quatro) milhões de reais, além da retenção de valores referentes a pensões alimentícias e empréstimos consignados, descontados dos servidores e não pagos, o que os torna inadimplentes.

A gestão anterior reteve também contribuições do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Bonito, sem contar dívidas com um grande número de fornecedores e com a Energisa, a Sanesul e empresas de telefonia.

Apenas a dívida com a Energisa atinge R$340.000,00, enquanto a dívida com a Sanesul é – até o momento – praticamente incalculável.

É necessário falar ainda sobre aluguéis e contratos de transporte escolar que não foram pagos, bem como empresas que fornecem software para registro e controle dos prontuários médicos – na área de Saúde – e de matrículas e boletins – na área de Educação.

Nessa longa lista de calotes constatamos até mesmo o não pagamento do seguro de vida dos visitantes da Gruta do Lago Azul – superior a R$ 13.000,00.

A relação passa ainda pela depreciação e pelo sucateamento dos imóveis públicos, além de veículos que já foram leiloados há pelo menos dois anos – inclusive o carro que servia ao prefeito – os quais ainda constam como patrimônio da prefeitura, tornando-a, portanto, responsável pelos tributos incidentes sobre os mesmos. Tal disparidade ocorre também com o aluguel de imóveis, alguns não utilizados há mais de um ano pela prefeitura, mas que continuam em seu nome.

Quanto ao mobiliário, equipamentos e veículos o quadro é assombroso. Pelo menos 70% dos móveis, incluindo cadeiras e escrivaninhas foram entregues sucateados, sem condições imediatas de uso, enquanto 60% dos veículos se encontravam parados por falta de peças e de manutenção.

Existe ainda um grande número de bens do município que até o momento não foram localizados pelos responsáveis pelo patrimoniamento, incluindo moto-serra, compactador e equipamentos eletrônicos.

Os levantamentos prosseguem e assim que concluídos, tempestivamente, os resultados serão encaminhados aos órgãos competentes, entre eles o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas da união – para que adotem as providências legais cabíveis”.

De acordo com o prefeito a nova gestão está implantando uma série de ajustes administrativos e econômicos para contenção de gastos, incluindo a renegociação das dívidas da gestão anterior, e ao mesmo tempo revisando todos os contratos para obter serviços e compras de qualidade, a preços justos, sem qualquer tipo de superfaturamento.

Prefeito Odilson Soares durante seu pronunciamentoFoto: Glaucio Cezar