Audiência pública abordou questões ambientais do município de Bonito (MS) e superou as expectativas em público

Texto: Marilizi Duarte de Oliveira

Fotos: Naíra de Zayas

O município de Bonito (MS) conhecido mundialmente por suas belezas naturais, constatou que a comunidade local está comprometida e mobilizada pela conservação deste patrimônio natural, para que suas riquezas e cenários perdurem por longa data.

No último dia 25, ocorreu audiência pública no auditório da UFMS/ Campus de Bonito. O evento, que registrou a presença validada por CPF ou RG de 221 cidadãos, foi idealizado e realizado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Câmara Municipal de Bonito e Prefeitura de Bonito, através da Secretaria de Meio Ambiente, com o apoio da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio.

A audiência teve como foco às questões ambientais do município, abordando problemáticas positivas e negativas. O Dr. Luciano Loubet, Promotor de Justiça da Comarca de Bonito, utilizou seu momento de fala para elencar alguns problemas identificados por técnicos em seminários e reuniões que antecederam a audiência, sendo apontado: O turvamento prolongado dos corpos d’água do município, principalmente do Rio Formoso; Desmatamentos clandestinos de áreas de proteção permanente; Expansão da agricultura em áreas de sensibilidade ecológica; Poluição dos rios por resíduos sólidos, entre outros.

Segundo o biólogo e Secretário de Meio Ambiente, Fabricio de Souza Maria, a audiência atendeu as expectativas, pois, a proposta do evento visava exatamente possibilitar a participação da comunidade na identificação e tomadas de decisão quanto aos problemas ambientais de Bonito. “A comunidade bonitense precisa ser parceira dos órgãos públicos e contribuir com sugestões que visem a conservação de nossos recursos naturais; compreender que todos são responsáveis pela busca de soluções dos problemas da cidade e que é necessário dialogar com o poder público. Uma Prefeitura sozinha não consegue resolver todos os problemas, precisa da participação de todos!”, relata o secretário.

Além da importante participação dos munícipes, o poder legislativo também esteve presente com os vereadores municipais, além de representantes de diversas instâncias, como associações, sindicatos, ONG’s, institutos e empresários.

O poder público, que no momento foi representado pelo Prefeito de Bonito, Leonel Lemos de Souza Brito; Secretário Municipal de Meio Ambiente, Fabricio de Souza Maria e a Secretária de Turismo, Indústria e Comércio, Juliane Ferreira Salvadori; O Presidente da Câmara Municipal de Bonito, Pedro Aparecido Rosário e o Promotor de Justiça da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Bonito, Dr. Luciano Furtado Loubert, compôs mesa para captar e dar uma devolutiva para auditores.

A audiência foi pautada em sete grandes eixos, elencados pelos conselheiros do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA, durante reuniões mensais. Vale ressaltar, que não foram discutidos apenas esses temas durante o evento, porém, eles serviram como norteadores dos problemas mais agravantes diagnosticados atualmente pelo conselho citado. Os eixos são:

  1. Ordenamento da paisagem urbana e rural
  2. Áreas de Proteção Permanente – APP’s
  3. Conservação do Solo
  4. Uso e qualidade da água
  5. Resíduos sólidos
  6. Criação e implantação de Unidades de Conservação
  7. Arborização urbana

Logo, dentro destes grandes eixos foram criados sub-eixos, ou seja, enquanto a comunidade dialogava com a mesa de autoridades, a equipe técnica da SEMA, elaborou uma matriz de impactos, assim quando os problemas eram elencados estes eram registrados conforme seu grande eixo temático, além de registrar quantas vezes o tema era abordado e quando sugeridas ações para solucionar os problemas, as mesmas também recebiam registro.

A próxima etapa consiste na análise desta matriz de impacto levantada durante a audiência, e discussão pelo poder público junto aos conselheiros do COMDEMA no próximo dia 30. Espera-se neste momento, traçar um plano de estratégias e ações para sanar e prevenir problemas ambientais que possam trazer sequelas permanentes a natureza de Bonito e região.