A Prefeitura Municipal de Bonito, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA), vem prestar esclarecimentos sobre a supressão das árvores da espécie Oiti (Licania Tormentosa), em frente a Escola Estadual Luiz da Costa Falcão.

A Escola está sendo reformada pelo Governo Estadual desde o início do ano de 2022 e na oportunidade de início da obra foi apresentado o projeto técnico de reforma e ampliação para a Prefeitura e a SEMA, onde estava prevista a supressão de 28 Oitis, que estavam na frente e nas laterais do Falcão (até o meio da quadra).

A Fiscal de Obras da Coordenadoria de Infraestrutura (COINF) da Secretaria Estadual de Educação (SED), Sra. Ana Cristina Rezende F. Bressa, explicou que todas as árvores nativas seriam preservadas porque são prioritárias na arborização urbana e porque havia espaço de calçamento suficiente para instalar as vias de acessibilidade para pedestres. Entretanto, os Oitis que estavam na frente da Escola, na Rua Cel. Pilad Rebuá e nas laterais (até o meio da quadra) estavam embaixo da rede elétrica (na frente da principal) o que exige poda de adequação periódica para evitar problemas elétricos. E com raízes expostas que impediam a instalação de piso tátil, uma vez que a largura das calçadas não tinha recuo suficiente.

Para que sejam cumpridas as regulações de espaço público com acessibilidade para calçadas é preciso que se mantenha um corredor 1,5m livre para os pedestres, por isso é tão importante que antes de se plantar uma árvore se considere esta distância e fatores como rede elétrica, tubulação de água e esgoto e construções. 

Diante disso a autorização para a supressão das árvores obedeceu a Lei Complementar 87/2010, do Código de Posturas de Bonito, artigo 79, que autoriza supressões em caso de comprovado dano permanente ao patrimônio público. E também se considerou o fato de que a cidade hoje possui quase 70% de árvores da espécie Oiti, sendo que a recomendação do Plano de Arborização Urbana, elaborado pela Fundação Neotrópica do Brasil, em 2016, é para que se tenha apenas de 10 a 20% da mesma espécie.  

Em substituição serão plantados Ipês Brancos (Tapebuia roseoalba) que possuem raiz profunda, do tipo pivotante, com distanciamento médio de 6m entre as mudas, com objetivo de não oferecerem problemas prediais ou de sobreposição de copas.

“Entendemos a tristezas das pessoas da comunidade porque também ficamos muito tristes com a retirada das árvores. Os projetos de construção precisam ser amigáveis com a natureza e nós seres humanos precisamos aprender a manejar as espécies adequadas para a arborização urbana, considerando rede elétrica, água, esgoto, espaço de calçamento, tipo de raiz, tamanho de copa e manejo e poda. Só assim evitamos futuras supressões.” Afirma o Diretor de Projetos Ambientais, responsável pelas ações de arborização, o Biólogo Thyago Sabino.

Para evitar problemas como este a SEMA deve publicar em setembro a Cartilha de Arborização Urbana de Bonito, de acordo com o Plano de Arborização Urbana (2016).