Pacientes foram redistribuídos para unidades de saúde e CAPS pôde focar apenas nas especialidades

23/07/2020 13h12 – Por: Assessoria de Comunicação

A reforma do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), finalizada em abril do ano passado, foi fundamental também para uma reestruturação dos atendimentos psicológicos, diminuindo a fila de espera do local em 85%. Com espaços definidos para atendimento de cada profissional e área de convivência ampla e arejada, a psicóloga teve amparo para fazer uma nova triagem dos pacientes na fila de espera, que na época era de aproximadamente 150 pessoas e redistribuir os pacientes conforme a gravidade.

“Os casos moderados e o leves foram encaminhados para as unidades de saúde básica, que agora conta com duas psicólogas e nossa profissional, a Carol Pina, se concentrou em atender os pacientes com distúrbios severos e persistentes, que é a especialidade do CAPS. Com isso diminuímos a fila de 150 para 22 pessoas”, detalha Sandra Dineli da Costa, coordenadora e Assistente Social do CAPS.

A ampliação do atendimento também é uma conquista para o grupo e só foi possível com investimentos na estrutura física e no quadro de funcionários. “Eu entrei no CAPS em 2009 e no começo atendíamos entre 50 a 60 pacientes e contávamos apenas com a equipe mínima, que são enfermeiro, terapeuta ocupacional, assistente social, psicóloga e médica. E por muito tempo o CAPS ficou esquecido sabe, não era entendido como algo prioritário para o município. Mas com a reforma, a gente conseguiu contratar uma auxiliar de oficinas, além das auxiliar de serviços gerais e da recepcionista, para ajudar a terapeuta ocupacional e ampliar as atividades. Hoje atendemos cerca de 300 pessoas”, detalha Sandra.

Além dos atendimentos exclusivos do CAPS, a estrutura física também é utilizada para atender pacientes leves e moderados que passam pela consulta com a médica especialista em doenças mentais, Dra Analice Fialho, antes de serem encaminhados para o acompanhamento psicológico. A profissional atende no CAPS de segunda a quinta-feira, estando disponível para os pacientes da unidade, caso surja alguma emergência.

“Isso é um ganho para Bonito, para a gestão e para sociedade, essa estrutura de ter todos os profissionais em tempo integral e um único local. Aqui eles passam pela médica, pela psicóloga, tem a sala de enfermagem, com todos os equipamentos necessários, caso um paciente chegue aqui nervoso, ansioso, agressivo, que precise tomar medicação, antes não tinha, hoje tem, com a enfermeira sempre a disposição, tem a terapeuta ocupacional, que promove uma série de atividades para que possam interagir uns com os outros e ocupar a cabeça e tem assistência social, que sou eu”, reforça Sandra.

Célia Regina Gauana, 45 anos, paciente do CAPS no tratamento de ansiedade e depressão, reforça a importância do atendimento recebido para a valorização de sua autoestima. “Eu participo das oficinas e conversos com as médicas. Isso me ajuda a melhorar a minha autoestima, a convivência junto as pessoas que estão aqui, fazendo mesmo trabalho que eu. É uma forma de interagir, uma distração também. Me sinto mais calma, converso com todo mundo aqui, conto causo, do risada, eu acho muito bacana”.

Para a adolescente diagnosticada com TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) – a identidade não será divulgada devido a idade da paciente – as atividades do CAPS são uma oportunidade para acalmar e relaxar. “Eu me sinto melhor, em casa eu fico mais estressada. Aqui me acalma, eu faço crochê, outras coisas, alivia minha cabeça. As conversas com as profissionais também estão sendo legais, porque elas aconselham a gente não fazer isso, as vezes eu falo para elas, será que eu faço isso? Aí elas dizem, não, não faz não, vai te prejudicar. Elas estão sendo bem legais comigo”, detalha ao explicar que em casa frequentemente fica irritada por não ter o que fazer.

” Em paralelo a isso, nós trabalhamos para que família entenda a problemática, veja que a pessoa não está desenvolvendo porque está excluída, traz a família para perto e tenta fortalecer esse vínculo, colocar sobre ela a responsabilidade da medicação, da higiene e tudo mais. Hoje nós já conseguimos estabilizar algumas pessoas e vamos continuar trabalhando sempre em prol dessa causa”, reforça Sandra.

O CAPS

O Caps está localizado na Rua Geraldo Leite (esquina com a Rua 29 de maio), na Vila América e atende de modo geral os pacientes com problemas mentais severos e persistentes, que engloba todas as psicopatias, neuroses, depressões e todas as síndromes graves.

“Em Bonito, além dos casos mais comuns, como depressão, ansiedade, nós temos usuários de drogas, alcoólatras, psicóticos, esquizofrênicos, até sociopatas nós já identificamos. Então o trabalho do CAPS é essencial para ajudarmos essas pessoas a manterem o equilíbrio mental”.

A terapeuta Ocupacional, Rosimeire Domingues de Oliveira, trabalha na integração dos pacientes
Área de convivência pós-reforma
Médica especialista em doenças mentais, Dra Analice Fialho